Energia do futuro, Hidrogénio Verde, chega hoje à rede do Seixal

Esta terça-feira, dia 7 de março teve lugar o evento que marcou oficialmente a primeira injeção de hidrogénio verde numa rede de gás natural em Portugal, mais propriamente no Seixal, com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

O primeiro-ministro, António Costa, esteve presente esta terça-feira na cerimónia que marcou oficialmente a primeira injeção de hidrogénio verde numa rede de gás natural em Portugal, com inauguração no Seixal.

A empresa que está a liderar o projeto “A Energia Natural do Hidrogénio” é a Floene, que até há pouco tempo conhecíamos como Galp Gás Natural Distribuição, e que aposta no desenvolvimento e distribuição do hidrogénio verde.

Esta primeira rede do país onde circula hidrogénio verde, representa, para já, um projeto piloto que mistura hidrogénio verde numa rede de gás natural em circuito fechado, no Seixal. A experiência começou com 2% de hidrogénio e, no espaço de dois anos, deverá chegar aos 20%. O objetivo é verificar que esta solução é viável, para que possa servir de exemplos para outros projetos a nível nacional. Para já, vai abastecer um conjunto de 82 clientes residenciais, terciários e industriais.

Mas afinal, o que é Hidrogénio Verde?

O hidrogénio verde é considerado mais amigo do ambiente, visto que é produzido pela eletrólise da água. Basicamente, este método utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogénio do oxigénio que existe na água. Contudo, para ser considerado verde, é necessário que essa eletricidade seja obtida de fontes renováveis como é o caso da energia produzida pelas barragens, energia solar ou eólica.

É no Parque Industrial do Seixal, pela empresa Gestene que o hidrogénio é produzido com energia 100% renovável. Depois de produzido e armazenado, o H2 percorre 1400 metros num gasoduto de polietileno, igual a cerca de 95% da rede de gás utilizada em Portugal, até uma estação, onde é misturado com gás natural, sendo depois distribuído aos clientes.

Numa das suas intervenções no evento de hoje, António Costa prometeu uma estratégia clara e persistente de aposta no desenvolvimento do hidrogénio verde, considerando que pode colocar Portugal com liberdade energética enquanto país e na posição de exportador de gases renováveis.

“É importante que nós sonhemos e façamos mesmo a obra. Pode não ser num ano ou em dois. Mas temos de ter uma estratégia clara e a persistência para a prosseguir, porque o racional é muito claro: Temos uma das melhores estruturas, uma das mais modernas infraestruturas e uma das melhores coberturas na infraestrutura de distribuição na rede de gás natural”, assegurou o líder do executivo.

No discurso anterior, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, manifestou a sua convicção de que em 2026 “Portugal irá exportar pela primeira vez produtos derivados do hidrogénio”, defendeu.

CEO da Floene, Gabriel Sousa destaca o momento em que o primeiro-ministro deu inicio à mistura de H2 como sendo a “hora H da transição para a energia do futuro em Portugal, com elevado impacto na autossuficiência energética, no desenvolvimento económico, na redução da fatura energética e na preservação do ambiente”.

Nas primeiras intervenções da sessão, o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, esteve presente a abordar a questão dos projetos de descarbonização que decorre no seu município.

Note que, o projeto inovador tem o apoio da Câmara Municipal do Seixal, tendo hoje recebido o certificado como o primeiro município a ter hidrogénio verde a abastecer a rede de gás natural.

“Hoje tivemos a presença do primeiro-ministro num projeto que é um projeto do futuro. O concelho é o primeiro município do país a ter hidrogénio verde injetável na rede gás natural, e mais uma vez o primeiro ministro teve de conhecer o bom trabalho que está a ser feito. Este é um projeto que tem desde a primeira hora o apoio e participação da Câmara Municipal do Seixal”, salientou Paulo Silva, em declarações à RDS.

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